Novas Teologias X Jezreel

Tenho feito turismo religioso nas neo, pseudo, pós e anti-pentecostais.
Minha mulher já não aceita mais convite para "bisbilhotar igrejas" nem em Paris.
Ela diz que eu sempre volto pra casa deprimido...
Ela tem razão: na frente dela, engulo as lágrimas pra dentro do desvio do septo nasal, mas fica difícil respirar. Pior então é tentar parar de suspirar fungando e dolorido - leva - às vezes - uma semana inteira.
Tenho saudade da minha infância em Cristo. Quando nasci de novo e o pecado, o mundo, o eu - se tornaram tão desagradáveis ao meu paladar - pq na minha boca a doçura do Nome sobrepujava até mesmo sorvete de chocolate.
E olha que o menino pobre com fome raramente via sorvete, qto mais chocolate.
Agora encontro salões de convenções lotados de jovens com roupa de marca, aparência de atores de “oliúde”, música e atores do showbizz e animadores de auditório que sabem até fazer crocodilo chorar de verdade.
Eles conseguem arrancar generosidade dos mais emperdenidos teenagers do mercado financeiro e oferta de joias caríssimas de madames botoxadas.
As programações de desafios, metas e promessas de enriquecimento como reconhecimento divino da adequação e grandeza da fé, põe grandes auditórios a aplaudir de pé, dançando ao som de “régui” caipira.
Aí termina a função e eu me sinto completamente perdido, desorientado.
Começo a circular no meio das acolchoadas poltronas purpuras, à procura de alguma velhinha de “cóqui” na cabeça, com cara vincada pelo choro da vigilia nos joelhos, para pedir uma oração de misericórdia.
Quero pedir uma oração pq me sinto um pecador despreparado para viver esta fé das conquistas materiais e financeiras. Fiquei para traz nesta nova espiritualidade obtida pelos irmãos que são aprovados em suas convicções de prosperidade.
Eles têm prova inequívoca do favor divino e a demonstram nos trajes, nos carros, no valor da oferta publica que entregaram.
Sem encontrar ninguém que me inspire confiança pra chegar perto, volto pra casa.
Pego a Bíblia, e então, dobro a alma e a saudade aos pés dAquele Jesus que eu amei desde a minha mais tenra infância.
Ali, sozinho junto dEle, pego no sono absolutamente satisfeito, na íntima comunhão do Salvador que, pra mim, ainda tem o mesmo doce sabor dos meus tempos de menino.
Não sei direito não, mas pra mim estas novas teologias não fazem o menor sentido... Pelo menos enquanto estou ali em casa, aos pés dEle...